segunda-feira, 25 de junho de 2012

Compromisso Zero

Duas conferências aconteceram no Rio em junho. Uma festiva, colorida, cheia de ideias para um futuro mais justo, mais verde e mais equilibrado, na Cúpula dos Povos. Outra sisuda, gelada, entre paredes sem janelas.
A última deveria indicar o caminho para o futuro que queremos. Mas nem chegou perto da realidade.
“Nós cobramos compromissos e ações urgentes. Eles nos entregaram omissão e inércia. Deram as costas para os problemas do mundo e principalmente das populações mais vulneráveis”, afirma Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace Brasil. “Nossos líderes se mostraram menores do que os problemas que temos de enfrentar.”
O documento da Rio+20 é desprovido de ambição, metas e datas. É o típico texto que todo governo exalta, pois não exige nenhum compromisso. Qualquer habitante do planeta que leia esse texto e busque ali uma esperança para um futuro mais verde e mais justo se frustrará entre tantas palavras dúbias e vazias.
 O governo brasileiro, que liderou as negociações, mostrou sua verdadeira face para o mundo ao comemorar que fechou um texto – mesmo sem conteúdo. E Dilma Rousseff ainda destacou, como grande realização, evitar um retrocesso em relação à ECO-92. No momento em que o planeta se encontra, com recursos naturais consumidos num ritmo mais alto do que permite sua recuperação, com crise de empregos sustentáveis para jovens e mais desigual, a fala da presidente é no mínimo uma disfunção cognitiva.
Mais de 190 países mandaram representantes para o Rio para buscar soluções para problemas ambientais e sociais, não para exaltarem as belezas da cidade – como muitos fizeram em suas falas na conferência. E, depois de usarem o palco montado pelo Brasil, voltam para seus países com um sorriso no rosto, enquanto suas populações continuam sem comida, sem justiça e sem um ambiente saudável para viverem.

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Compromisso-zero/

Um comentário:

  1. É, infelizmente a política não quer se comprometer com a saúde ambiental do planeta. Pois criar e incentivar tecnologias sustentáveis custa muito do tempo livrede nossos políticos. Deixar tudo se acabar é mais fácil.......

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