Anistia adverte que censura na internet fere liberdade de imprensa
Pablo Uchoa
Da BBC Brasil em Washington
Atualizado em 3 de maio, 2012 - 05:39
(Brasília) 08:39 GMT
Relatório da Anistia diz que 2011 foi um ano ruim
para a liberdade de expressão em todo o mundo
No Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, a
organização de direitos humanos Anistia Internacional alerta para a
repressão de jornalistas e blogueiros que usam a internet para
veicular suas reportagens para milhões de leitores, virtualmente sem
fronteiras.
As proibições em sites de busca, a aprovação
de leis restritivas à liberdade de expressão online e até os
custos proibitivos de uso da rede, todas são ações que enfraquecem
a democracia nos países, argumentou a organização.
Brasil
Na opinião da Anistia, situação no norte do
México talvez seja a mais grave, mas em Honduras e na Colômbia os
profissionais que buscam desvendar esquemas de corrupção ou crime
organizado também são perseguidos.
No Brasil, no início deste ano, a organização
Repórteres Sem Fronteiras rebaixou o país para a 99ª posição no
seu ranking de 179 países sobre liberdade de imprensa – uma queda
de 41 posições –, principalmente pelo "alto nível de
violência que afetou os jornalistas em 2011".
Na internet, uma das situações mais lembradas é
a da blogueira cubana Yoani Sánchez, que chegou a apelar para a
presidente Dilma Rousseff, mas teve uma viagem ao Brasil negada pelas
autoridades da ilha comunista – a 19ª viagem ao exterior
rejeitada.
"Os Estados estão atacando os jornalistas e
os ativistas na internet porque se dão conta de como estes
indivíduos corajosos podem efetivamente usar a internet para
desafiá-los", disse o diretor-sênior da Anistia para
Legislação Internacional, Widney Brown.
"Precisamos fazer resistência a todo esforço
dos governos de minar a liberdade de expressão."